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Mostrando postagens de agosto, 2023

Não quero um relacionamento.

      Estava lendo uma página do Aroaceiros, um site sobre representatividade aroace (quando se é arromântique e assexual). A página era: “Conferência Assexual 2020: Ace e Etnicidade”. Mais especificamente, estava em uma parte sobre expectativas familiares acerca de casamento, filhos, etc. Comecei a pensar sobre como minha família – mais os outros do que minha mãe, mas ela não escapa – parecem nutrir o pensamento de que, um dia, vou estar em um relacionamento. Já disse diversas vezes que não pretendo me casar, que para mim é besteira, obviamente não gerando nenhum resultado positivo deles. Mas mesmo que alguns entendam – como minha mãe – que eu de fato não vou me casar, e que está tudo bem não querer um casamento, parece que todos ainda esperam que eu, ao menos, namore um dia.    A reflexão fluiu para como eu realmente não me vejo em nenhum tipo de relacionamento amoroso ou sexual. Rótulos como “ficante”, “namorade”, “marido”, entre outros, realment...

De dia, sorvete; de noite, sopa.

"De dia tomo sorvete  de noite tomo sopa" Segundo meu psicólogo, doutor Vinícius, esta é uma frase de Paulo Lemisnki, o qual ele diz não gostar muito.    Começou a sessão retrasada (dia 18, sexta-feira) com a pergunta: "Gosta de Paulo Leminski?" Não, não sou um grande fã, assim como ele.     "Há uma obra dele, falando sobre Curitiba: 'de dia tomo sorvete, de noite tomo sopa'. Semana passada você veio aqui de sobretudo, e agora está de bermuda", e sorriu.    De fato, o clima de Curitiba é, no mínimo, estranho. Até a última quinta-feira estava um calor de até 30°C, e agora somos recebidos com um frio de 13°C e chuva.    Num geral, converso mais com meu terapeuta sobre obras literárias, arte e política do que sobre meus problemas mentais. Prendo-o no meu papo cult  até onde conseguir. Não adianta muito, no final ele sempre me faz voltar ao assunto "como você está?", ou faz uma metáfora relacionando o papo cult  com minha saúde men...

lembro muito bem de você.

 a cor dos olhos o formato do sorriso o modo como caminhava como gesticulava lembro de como gostava do contato a risada alta e estridente as curvas a boca lembro de cada abraço a pele morna contra a minha o cabelo sob meus dedos a iluminação da janela das viagens das brigas da razão da resiliênca proteção companheirismo comida. muita comida. lembro de cada palavra sua. do cheiro do vento tudo que posso fazer é lembrar momentos tão específicos... hoje, minha memória é falha         tudo me escapa mas, quando se trata de você,  lembro tanto que dói.  AK

Foram dias perfeitos, e isso me assusta.

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  Desde o dia 06 deste mês (domingo) até o dia 17 (quinta-feira), li quase 1.300 páginas, como mostra o gráfico abaixo (estou adorando fazer isso).  Já havia algum tempo que eu não conseguia ler muito, uma inércia literária devido ao eurocentrismo de Victor Hugo em Os Miseráveis. Portanto, estava muito feliz em estar lendo tanto. Mas ler muito também pode nos fazer mal. Estava com os olhos doendo na quinta-feira, e mesmo assim li 81 páginas. Decidi que no dia seguinte e durante o fim de semana inteiro, não leria nada.  Sexta-feira fui ao colégio (com minha linda choker de couro e spikes, devo me gabar), fui ao psicólogo (que descobri ser punk), voltei para casa e apenas arrumei minhas coisas para as aventuras dos dias seguintes. Também limpei alguns livros de história  — cortando meu dedo com papel no processo, pela primeira vez; foi legal.   Não li uma página sequer. Também não tinha a menor vontade.  No dia seguinte, acordei cedo, tomei banho, me ves...

O Lorax - o que fizeram com você, dr. Seuss?

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     O filme O Lorax: em busca da trúfula perdida, da produtora Illumination, de 2012, teoricamente baseado na obra de dr. Seuss, retrata um jovem garoto morador de Thneedville, cidade onde não há natureza, apenas árvores de plástico e ar vendido em galões (invenção do homem mais poderoso da cidade, O'Hare). Esse jovem garoto, Ted, apaixonado por uma garota que ama árvores, atravessa os muros da cidade para encontrar o Umavez-ildo, o homem que supostamente sabe o que houve com as árvores. Encontrando um local cinza e escuro, sem qualquer vegetação ou céu aberto.    Umavez-ildo conta ao garoto como destruiu toda a natureza daquele lugar por pura ganância. Zildo, seu nome real, foi um jovem desprezado pela família, que fez uma invenção incrível: o thneed, que serve para qualquer coisa (um chapéu, uma toalha, uma bicicleta), feito de uma árvore de fibras macias, que existe em abundância. Zildo, então, começa a derrubar árvores para fazê-lo, mas é impedido por Lorax...

Surpresa?

   - Surpresa!     É o que todos gritam, estourando confetes e acendendo as luzes, quando a aniversariante, de olhos arregalados e boca entreaberta, entra pela porta principal.    Seguem-se os abraços, beijos e bonificações. A luz ambiente torna perfeitamente possível enxergar, mesmo deste canto mais isolado da sala, as gordas gotas d'água a descer pelo rosto da aniversariante, tornando brilhante a pele cor de ébano.    Todos se apressam para distribuir os doces, cortar o bolo e tirar fotos. Todos os acontecimentos ritualísticos de qualquer aniversário.    Não consigo entender. Quer dizer, num geral, todos lembramos perfeitamente de nossos aniversários. Sabemos quando a data está próxima, mesmo quando não temos nenhuma intenção de comemorar. E, num geral, nossos parentes também sabem e aguardam a data, esperando, talvez, que você dê uma festa onde poderão se deliciar das mais diferentes categorias de comida.    A pergunta...