Somos
Os seus olhos castanhos me acalmam, sempre. Os cabelos altamente cacheados e sempre volumosos, também. E são sempre seus lábios que me dirigem as melhores palavras que eu poderia ouvir. O modo como me acaricia ou me abraça, até como me olha, é terapêutico. Não posso dizer que dependo de você. Não dependo, nem de forma emocional, e muito menos da forma mais comum: a romântica. Até porque, somos zucchini, e não amantes. Nos amamos de forma que não seja uma amizade, e de forma que não seja um romance. Amizades não são complexas como nós, e romances não são simples como nós. Apenas somos. É isso que aprecio em nós. Eu, apenas sou. Não homem, não mulher, não-gênero. Não do punk, não do clássico, não-de-um-só. Você, apenas é. Não impressionista, não surrealista, não classicista. Não sempre, não nunca, não-contabilizado. Em essência e à parte, somos. Mas em uníssono, somos também. Não mais, não menos, não melhor e não pior. Não artistas, não insensívei...